Tuesday, July 3, 2007

Aquele meu jardim...

São muitos os momentos mágicos pelos quais uma criança tem direito a viver e a sonhar!
Vivi em lisboa, na minha Lisboa até cerca dos meus dez anos. Como qualquer Amor, sentimos que irá ser para toda a vida, mesmo que não seja lado a lado, estará sempre presente.
Isto explica o facto de considerar "a minha Lisboa" e de Lisboa me considerar (perdoem a falta da modéstia) "a minha Guida".
Há no seu interior um jardim, o Jardim do Campo Grande!
Naqule Jardim...ah se vos contasse o que vi, o que senti, o que vivi...
Minha Mãe levava-me lá todos os dias para comer a sopa...(como eu não era exepção a sopa fazia parte das minhas birras caseiras, mas lá a sopa tinha outro sabor...sabia a vontade de comer e chorar por mais...
Naquele jardim havia de tudo o que eu precisava: os lagos, onde eu passeava nos barquinhos (que se pagavam à hora), então eu dizia: - Mãe, vá lá, vamos duas horas!
Ao que respondia a minha mãe: - Não filha, uma hora chega perfeitamente. Filha, duas horas já é mais dinheiro e a mãe não tem! E eu contentava-me, porque era uma hora que passava tão depressa mas era intensa, cheia de fervor... Lembro-me de dar miolo de pão às longas familias de patos e de um dia...(por mais feio que pareça) estávamos eu e o meu pai ao pé de um lago (aquele que tem uma estátua com duas grandes mamonas) e o meu pai foi fazer xixi atrás de um arbustro e eu olhei para o lago e simplesmente atirei-me para lá (juro, juro que ainda hoje não percebo como fiz isso). Tenho ideia de não ter visto água no lago, o que seria normal, já que muitas vezes o lago estava vazio. Sabe Deus as palmadas que levei do meu pai nesse dia.
Lembro-me que também era nos bancos desse jardim, que fazia as melhores composicões para a escola e que aguardava ansiosamente com um iogurte numa mão e bolachas de água e sal na outra a hora de ir para a catequese.
Lembro-me de fazer natação na sua piscina, das lágrimas que vertia só de pensar que ía estar com a professora "Paula", ai que medo...
Dos pinhões que apanhava religiosamente para mais tarde comer, do escorrega, dos castanheiros, das pedrinhas, do chilrear dos passarinhos, do silêncio do final de tarde...
Esta minha Lisboa...abriu a mão para mim, melhor... abriu o seu mundo e deixou-me ver Deus nas suas pequenas coisas.

Obrigado!

Wednesday, March 7, 2007

"Não, Há perda da Obra

Deixei de conseguir entrar no meu anterior blog...mudei-me para cá.